quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"O que é a misantropia para você"?

(de um fórum sobre o assunto, no Orkut)

Minha resposta:

É preciso explicar estados de espírito? É óbvio que, tratando-se de conceito, cada um vai adaptá-lo ao seu próprio jeito de ser e vai sustentar opiniões personalíssimas. Por que não fazemos um inventário das nossas características mais comuns e discutimos essa compilação?

Eu, por exemplo, levanto a questão do alheamento à hipocrisia. Há uma validade em sua existência, mas, também, uma implicação séria: a maioria de nós, que nos armamos de espadas contra ela, somos, necessariamente, hipócritas em algum sentido.

Eu tenho dificuldades em admitir para minha família que prefiro ficar sozinho, às vezes. Tenho medo de magoá-los. Afinal, a misantropia não pode abrir mão do racionalismo, nem tem por obrigação a insensibilidade, sob pena de transformar-se em movimento esquizofrênico, odioso, sem sustentação.

Como lidar com o cônjuge e os filhos diante da constatação de que se prefere ser um eremita? Como lidar com o cônjuge, principalmente, quando se constata que há uma total incompatibilidade entre nossos jeitos e que, num mundo perfeito, ambos concordariam com isso e iriam tocar a própria vida?

2 comentários:

  1. Hj em dia sei das delícias de curtir minha misantropia sem culpa e não abro mais mão disso...

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  2. Estou num estágio de evolução. A culpa é um problema difícil de resolver. Preciso definir os "prejuízos", antes.

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