quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Adeuses"

Nem um gesto, nada, apenas passou por mim. Ouvi os passos, as portas abrindo, as portas fechando. Percebi o fluxo do vento e o sabor adocicado do 212. O entendimento já me incomodava antes, quando os atos pareciam bem próximos. Sabê-los melhor que isso nem seria preciso. Vejo bem o que será, sempre, na minha maldição particular de observar, com antecedência, o dia da própria morte.

Desejei pará-la, ato contínuo. Bobagem! Quem há de ir, irá. Quem virá, se há de vir, virá. Meus poderes são limitados a apenas observar, melancolicamente, os silêncios, as portas e a profusão de perfumes, que duram, só, o lapso entre as indas e as vindas.

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