sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Passagem
Aos que dão o azar de chegar aqui, desenganados ou por masoquismo, desejo-lhes nada, no esteio da diferença que para mim faz o tic-tac ou o blim-bom das vinte e quatro horas. Lembrem-se que o tempo de fato não existe e aquilo que contamos é tão falho que "permite" a existência dos horários "de verão". Quando pipocarem seus espumantes, pois, estarão adiantados, como estão os seus relógios. Antes disso, a própria mecânica do Universo já houvera desmentido o calendário, para alertar-nos para a correção a ser feita em 2012, um ano bissexto. Não posso deixar de mencionar Einstein e a probabilidade da existência das dobraduras temporais, que tanto especulamos a partir de "E=mc2". Por fim, se há quem houve sucesso e a quem devemos aplaudir, chamem-no "Ugo Bouncampagno", o Papa Gregório XIII, quem inventou o método moderno para que nos sintamos esperançosos uma vez por ano.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
As duas putas
Alfa é de prata. Beta é niquelada. Alfa é nobre. Beta é alternativa. Alfa é cara. Beta, uma ninharia. Por mais de um milhar e meio de dólares, compra-se a puta Alfa. Por menos de duzentas pratas "reais", uma Beta puta, novinha. Sofri em Sampa para ser apresentado à Alfa. Na internet, sem rodeios, Beta me foi vendida. As duas conhecem minhas pautas, meus dons e meus defeitos. Eu as beijo, igualmente, como quem ama sua esposa e sua puta. Isso, se houvesse diferenças. Como não há, amo as duas, igualmente.
Ambições
Perdi a receita do Carlos
e o rumo da Clarice.
Quem me dera, Olavo, tivesse a sua pena!
Sou ninguém comparado com Bandeira e,
se respirasse o ar de Caeiro,
com Pessoa, por testemunha,
morreria aqui mesmo, de orgulho,
num espasmo fulminante de vaidade descontrolada!
e o rumo da Clarice.
Quem me dera, Olavo, tivesse a sua pena!
Sou ninguém comparado com Bandeira e,
se respirasse o ar de Caeiro,
com Pessoa, por testemunha,
morreria aqui mesmo, de orgulho,
num espasmo fulminante de vaidade descontrolada!
Lépido périplo
Poemas curtos, para serem consumidos rapidamente. Poemas rápidos, para apenas terminá-los. O que se diz num átimo é pouco por ser apenas superficial ou desejável por nos obrigar a divagar sobre as omissões de sentimentos mal explicados?
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Porquês
É por imprudência que esqueço você
e sou perseguido pelo que não fiz,
condenado a perder chances,
amaldiçoado como o cão debilitado,
deitado sobre a carne, sem forças para comê-la.
É por egocentrismo que a deixo partir,
para não me desculpar por ser quem sou,
ou ceder o pranto que me recuso a ter,
ainda que seja exatamente o que preciso.
É por não admitir que haja socorro para nós
o motivo de aceitar que você se vá
e, na distância, que talvez nem exista,
sejamos os estranhos que jamais se beijaram.
e sou perseguido pelo que não fiz,
condenado a perder chances,
amaldiçoado como o cão debilitado,
deitado sobre a carne, sem forças para comê-la.
É por egocentrismo que a deixo partir,
para não me desculpar por ser quem sou,
ou ceder o pranto que me recuso a ter,
ainda que seja exatamente o que preciso.
É por não admitir que haja socorro para nós
o motivo de aceitar que você se vá
e, na distância, que talvez nem exista,
sejamos os estranhos que jamais se beijaram.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Forma 2
Todos nos viramos depois do grito,
feio, como quem uiva morrendo,
mórbido, vindo, da rua,
(morada de dor)
Estava só,
Desvalido,
nu, acorrentado!
Chorava em pânico,
pedia perdão por algo!
Algo que, eu não sabia,
era como viver sem ser convidado.
feio, como quem uiva morrendo,
mórbido, vindo, da rua,
(morada de dor)
Estava só,
Desvalido,
nu, acorrentado!
Chorava em pânico,
pedia perdão por algo!
Algo que, eu não sabia,
era como viver sem ser convidado.
Forma
Torpe!
É torpe,
quem não vê?
Talvez falte quem prove
que a malvadeza das palavras
parece mais dura quando pouco falamos
do que quando as servimos.
Melhor é, pois, silenciar,
sacar o condão,
enfeitiçar!
É torpe,
quem não vê?
Talvez falte quem prove
que a malvadeza das palavras
parece mais dura quando pouco falamos
do que quando as servimos.
Melhor é, pois, silenciar,
sacar o condão,
enfeitiçar!
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Tese 2
Aparências importam, o que se pensa, não importa! Sei porque vi o que viram os outros, e o que vi importava. Muito! Era, por sinal, a única expressão que tinha: nenhuma subjetividade, apenas a pragmática, palpável e documentável aparência. Aparências movem multidões fúteis e histéricas.
O que importa não importa!
O que importa não importa!
Tese
Banda, bonde, bingo, bendix, bunda.
Ca, que, quis, com, cu.
Dá, diz, dó, dou, deu.
Passa, pense, piercing, porra, puta.
Palavra, palavrório, palavrinha, palavreado, palavrão.
Ah, é? Iiiih! Ó: uuuuuuuuuuuuhuuuu!
Ca, que, quis, com, cu.
Dá, diz, dó, dou, deu.
Passa, pense, piercing, porra, puta.
Palavra, palavrório, palavrinha, palavreado, palavrão.
Ah, é? Iiiih! Ó: uuuuuuuuuuuuhuuuu!
Defesa do desengano
Menina, que me olha de banda,
Suspeita de mim,
Dos meus trens desandados,
Da minha conversa toda.
Não digo que sei o que quer
Porque eu sei que se engana
E eu mesmo não quero o engano,
Que maltrata nas horas erradas.
As horas em que as fichas caem.
Suspeita de mim,
Dos meus trens desandados,
Da minha conversa toda.
Não digo que sei o que quer
Porque eu sei que se engana
E eu mesmo não quero o engano,
Que maltrata nas horas erradas.
As horas em que as fichas caem.
domingo, 26 de dezembro de 2010
"Em tempo": nerdices!
Quase nos "finalmentes" de uma atualização épica, meu iPad passou por "boas", hoje, desde o meio do dia. Pode soar anormal para a maioria, mas, já que o Google me "ama", talvez sirva para alguém:
- parti de um firmware 3.2.2;
- fiz um backup completo (iTunes + pkgBackup -- do Cydia);
- atualizei-o para o oficial 4.2.1;
- disparei o "./tcprelay.py -t 22:2222", conforme instruções do dev-team;
- executei o Redsnow 0.9.7b1;
- restaurei o backup do iTunes;
- restaurei o backup do pkgBackup.
IMPORTANTE: é preciso ter o firmware 4.2b3 (build 8C5115C) e o Cydia deve, antecipadamente, já ter gravado o shsh para ele. Não serve o backup local, via TinyUmbrella!
IMPORTANTE: é preciso ter o firmware 4.2b3 (build 8C5115C) e o Cydia deve, antecipadamente, já ter gravado o shsh para ele. Não serve o backup local, via TinyUmbrella!
Resultado: um 4.2.1 "unthethered jailbroken" funcional, mas...
... CHEIO DE BUGS!!!
Vou experimentar a brincadeira nos próximos dias.
Referência: http://blog.iphone-dev.org/redsn0w
ATUALIZAÇÕES:
27/12/2010, 13h30: instalando a versão redsn0w 0.9.7.b3; vamos ver se o "trem" estabiliza!
O "se", que tanto odeio!
Sem aparecer pelo maior tempo desde que "nasci" aqui, descobri, hoje, que minhas visitas, quase todas, são patrocinadas pelo Google. Os dois casos costumeiros são: o AdWords e o Search Engine. Como quem nada espera de ninguém, deveria sentir-me resignado, feliz, até. O problema -- um grande problema -- é distinguir as compensações pela insistência. A positiva é que se um dia for encontrado a partir de uma "aventura" pertinente, os esforços serão recompensados. O ponto ruim é o "se", meu mais malvado vilão e rival. O "se".
Contradições
Na pele de um pedante egocêntrico,
tumultuo os melhores desejos que tenho.
Enquanto suplico a mim mesmo que
valorize as fúteis crenças alheias,
prego, convicto, que os frívolos sofram
a dor de serem frívolos.
domingo, 19 de dezembro de 2010
Discurso senil
Sempre ouvi dizer que a "meia idade", para os homens, poderia
representar uma fase de alterações comportamentais, em que nos
atiramos à necessidade de retornar às descobertas da adolescência. Uma
bobagem, admito, a menos que os hormônios, desregulados, fizessem uma
"festa". Não procurei entender veracidades nessa crença, mas ando,
mesmo, bem alterado. Em mim, contudo, o que me intriga são
necessidades opostas: a de me isolar, mais e mais. A de conversar à
distância com gentes que, por similaridade, apaziguem meu espírito
inquieto. Já fui confundido por causa disso. Já me atribuíram rótulos
de aventureiro, apenas porque, na mesma distância -- física, corporal
--, ousei insistir em discursos que todos os dias parecem definitivos.
Precisar da empatia alheia, franca, ainda que ríspida, mas contínua e
não belicosa.
representar uma fase de alterações comportamentais, em que nos
atiramos à necessidade de retornar às descobertas da adolescência. Uma
bobagem, admito, a menos que os hormônios, desregulados, fizessem uma
"festa". Não procurei entender veracidades nessa crença, mas ando,
mesmo, bem alterado. Em mim, contudo, o que me intriga são
necessidades opostas: a de me isolar, mais e mais. A de conversar à
distância com gentes que, por similaridade, apaziguem meu espírito
inquieto. Já fui confundido por causa disso. Já me atribuíram rótulos
de aventureiro, apenas porque, na mesma distância -- física, corporal
--, ousei insistir em discursos que todos os dias parecem definitivos.
Precisar da empatia alheia, franca, ainda que ríspida, mas contínua e
não belicosa.
Faço 45 anos em janeiro e já me assusto porque não tenho, apenas, a
metade da minha vida.
sábado, 18 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Não, Google! Mau menino!
Eu sei que decepciono muitas pessoas, mesmo aquelas que chegam aqui procurando por (aspas em tudo, por favor):
- versos românticos
- poemas orkut
- misantropia doença
- versos com cigarra
- letras de poema de mim
- versos de amor
- poesias para o orkut curtas
- tristeza profunda
Não, senhoras e senhores, não sou o responsável pela insistência do Google em relacionar-me com necessidades de autoajuda.
- versos românticos
- poemas orkut
- misantropia doença
- versos com cigarra
- letras de poema de mim
- versos de amor
- poesias para o orkut curtas
- tristeza profunda
Não, senhoras e senhores, não sou o responsável pela insistência do Google em relacionar-me com necessidades de autoajuda.
Bravo!
Um foco nessa pessoa, por favor!
Uma luz para mostrá-la!
Ali está alguém com tino
(mais tino do que eu tinha
depois de menino).
Ela sabe tudo!
Ela sabe como resolver tudo!
Ela não se confunde quando precisa escolher
entre o nada e o tudo!
Aplausos para aquela pessoa, por favor!
Está ali alguém "de futuro",
que será recompensada,
no futuro,
pelos sacrifícios em nome de nada.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
A bem intencionada (*)
(*) De 9/9/2008. Antes que perguntem, é ficção. A realidade é muito pior.
Não bastaram os dois dedos de prosa. O velho queria mais! Sozinho ali, esquecido pelo mundo, isso é coisa de se permitir às gentes? Eu me vi obrigada a praticar as virtudes que, dizem, todo ser humano tem. Planejei levá-lo para meu apartamento solitário, providenciar um banho enquanto punha a mesa com fartura. Depois de um jantar lauto -- que jamais me faltara, graças a Deus! --, haveríamos de comprar roupas, cortar, juntos, os cabelos, enquanto esticávamos as histórias. Peguei-o, então, pela mão e o puxei, como se o arrastasse novamente para a vida. Num misto de assombro e impotência, ele resistiu no início. Parecia impossível sentir, outra vez, o toque, a bondade prática -- se é que havia em sua lembrança o calor dos gestos alheios. Fiquei um pouco nervosa com a proximidade das roupas imundas, dos odores daquele corpo, do hálito ébrio. E os olhares da platéia, meu Deus! Ando tão acostumada a passar despercebida! (Não é interessante como se tropeça na rua e ninguém a vê e, num tombo eventual, como salta por cima de você a turba incomodada?) Movi uns passos na direção do carro e senti, subitamente, os medos da razão. Daquela razão descontrolada, eu quero dizer, que surge lépida e atropela as intenções para dar-lhe uma segunda opinião, uma segunda chance, a respeito das coisas que parecem claras. Estanquei junto ao meio-fio segurando, ainda, o corpo do homem, que agora sorria. Encostada no Jaguar, parei um táxi.
-- Por favor, senhor, leve-o para um albergue!
Não bastaram os dois dedos de prosa. O velho queria mais! Sozinho ali, esquecido pelo mundo, isso é coisa de se permitir às gentes? Eu me vi obrigada a praticar as virtudes que, dizem, todo ser humano tem. Planejei levá-lo para meu apartamento solitário, providenciar um banho enquanto punha a mesa com fartura. Depois de um jantar lauto -- que jamais me faltara, graças a Deus! --, haveríamos de comprar roupas, cortar, juntos, os cabelos, enquanto esticávamos as histórias. Peguei-o, então, pela mão e o puxei, como se o arrastasse novamente para a vida. Num misto de assombro e impotência, ele resistiu no início. Parecia impossível sentir, outra vez, o toque, a bondade prática -- se é que havia em sua lembrança o calor dos gestos alheios. Fiquei um pouco nervosa com a proximidade das roupas imundas, dos odores daquele corpo, do hálito ébrio. E os olhares da platéia, meu Deus! Ando tão acostumada a passar despercebida! (Não é interessante como se tropeça na rua e ninguém a vê e, num tombo eventual, como salta por cima de você a turba incomodada?) Movi uns passos na direção do carro e senti, subitamente, os medos da razão. Daquela razão descontrolada, eu quero dizer, que surge lépida e atropela as intenções para dar-lhe uma segunda opinião, uma segunda chance, a respeito das coisas que parecem claras. Estanquei junto ao meio-fio segurando, ainda, o corpo do homem, que agora sorria. Encostada no Jaguar, parei um táxi.
-- Por favor, senhor, leve-o para um albergue!
Fora de ordem
Apenas porque não está aqui
o doce que eu não comi,
foi você!
Foi você, no meu caminho,
quem tirou a visão
do potinho de guloseimas
em que não pus as mãos!
Dedinhos rápidos os seus,
menina,
levou também uma lasca,
que de repente não mais vi
no compartimento de notas da minha carteira.
---
(Eu NUNCA terminaria isso dizendo "coração"!
Reparem a importância extrema da pontuação do primeiro período como está!)
o doce que eu não comi,
foi você!
Foi você, no meu caminho,
quem tirou a visão
do potinho de guloseimas
em que não pus as mãos!
Dedinhos rápidos os seus,
menina,
levou também uma lasca,
que de repente não mais vi
no compartimento de notas da minha carteira.
---
(Eu NUNCA terminaria isso dizendo "coração"!
Reparem a importância extrema da pontuação do primeiro período como está!)
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Agenda do Misantropo
Sexta-feira, 10/12/2010:
- 9h30 - o louco tem consulta marcada com sua psiquiatra, doutora Sabrina. Manutenção rotineira e preventiva.
- Depois: o fdp não sabe se espera o próximo compromisso na rua ou em casa.
- 14h - o mané tem aula de flauta na BSB Musical.
- Em seguida: o babaca voltará para casa e, provavelmente, vai fazer isso: dormir, comer, internetar, ensaiar, divagar...
Para lá, para breve!
Ô sina, me leve
para lá, para breve,
para onde e quando se deve!
Ô sina, me leve,
se quer, se escreve
o tempo de quem se atreve,
e se impede de ser quem se quer,
quem se pode,
mas se impede,
me leve, me leve, me leve!
para lá, para breve,
para onde e quando se deve!
Ô sina, me leve,
se quer, se escreve
o tempo de quem se atreve,
e se impede de ser quem se quer,
quem se pode,
mas se impede,
me leve, me leve, me leve!
O que eu gostaria de ler nos jornais, hoje
MANCHETE: FIM DO PAPEL-MOEDA!
Foi decretada pela Corte Financeira Mundial a extinção de todas as moedas nacionais. O Dólar e o Euro, que vinham perdendo a credibilidade por exercerem influência perniciosa na relação humana e na globalização, impondo mecanismos artificais de valorização social, caducaram juntamente com a Libra, o Yen, o Peso e o Real. De acordo com a cúpula de transição, criada para gerir a intervenção dos Bancos Centrais de todos os países do globo, o escambo volta a ser, a partir de hoje, o método universal para a troca de mercadorias e serviços.
"Todas as relações comerciais estão livres de regulação", admitiu Cunhapora Cunhataí, diretora do projeto "Capitalismo Verde". "As pessoas têm o direito de usufruir de tudo o que é produzido no planeta! A menos que alguém tenha relações extraterrestres, o que é material, industrializado ou manufaturado, tem origem nas terras ou nas águas. É justo que o acesso às coisas seja irrestrito".
Apesar das divergências e da natural antipatia dos banqueiros, das financeiras e dos endinheirados, as populações acolheram a medida com naturalidade e passaram a trocar seus bens e dons, demonstrando que é iminente a extinção do papel-moeda, como o conhecemos.
---
CLASSIFICADOS:
Sou massagista amador, com experiência comprovada (tenho uma lista de ex-namoradas para referência). Troco uma sessão de massagem relaxante por meio quilo de maçãs ou um maço de açafrão mais dois litros de óleo de soja.
Foi decretada pela Corte Financeira Mundial a extinção de todas as moedas nacionais. O Dólar e o Euro, que vinham perdendo a credibilidade por exercerem influência perniciosa na relação humana e na globalização, impondo mecanismos artificais de valorização social, caducaram juntamente com a Libra, o Yen, o Peso e o Real. De acordo com a cúpula de transição, criada para gerir a intervenção dos Bancos Centrais de todos os países do globo, o escambo volta a ser, a partir de hoje, o método universal para a troca de mercadorias e serviços.
"Todas as relações comerciais estão livres de regulação", admitiu Cunhapora Cunhataí, diretora do projeto "Capitalismo Verde". "As pessoas têm o direito de usufruir de tudo o que é produzido no planeta! A menos que alguém tenha relações extraterrestres, o que é material, industrializado ou manufaturado, tem origem nas terras ou nas águas. É justo que o acesso às coisas seja irrestrito".
Apesar das divergências e da natural antipatia dos banqueiros, das financeiras e dos endinheirados, as populações acolheram a medida com naturalidade e passaram a trocar seus bens e dons, demonstrando que é iminente a extinção do papel-moeda, como o conhecemos.
---
CLASSIFICADOS:
Sou massagista amador, com experiência comprovada (tenho uma lista de ex-namoradas para referência). Troco uma sessão de massagem relaxante por meio quilo de maçãs ou um maço de açafrão mais dois litros de óleo de soja.
Um início cabível para o "então"
Então, as verdades vêm
arrastadas,
sofridas,
no esteio das implicações
de dizer nada.
Num sussurro,
como quem suplica:
"não me obrigue"!
Vêm e mudam a vida
de quem confessa e
de quem para quem se confessa.
arrastadas,
sofridas,
no esteio das implicações
de dizer nada.
Num sussurro,
como quem suplica:
"não me obrigue"!
Vêm e mudam a vida
de quem confessa e
de quem para quem se confessa.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Verdades
"Se eu tento ser direto, o medo me ataca". Sério? Não, Biquíni! Bem que eu queria ter esses medos, de vez em quando, só para me livrar de problemas, mas não faço esse tipo. Se eu deixar de dizer alguma coisa, pense em tudo: esquecimento, desatenção, indiferença, estratégia, sabedoria (! é... velhinhos costumam chegar lá!). Medo, não! É por ser um "anestesiado" que eu digo sem remorsos: dialogar não é um xadrez! Não podemos preparar o próximo lance defensivo, antecipando a fala do interlocutor. Dialogar não é um embate, é uma troca. Espera-se o término das falas como quem ansia pela próxima cena de um filme, embevecidos pelo inusitado.
É claro que existem pessoas "previsíveis". Contra essas, dou-lhes um "ok": metam o pau antes que comecem a falar.
É claro que existem pessoas "previsíveis". Contra essas, dou-lhes um "ok": metam o pau antes que comecem a falar.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Foto da foto
A exposição "da hora" é a de deficientes visuais. Talvez alguém tenha dito para esse fotógrafo o momento exato de clicar, ou o "timing" do moço foi perfeito (a trilha dos odores?). Coincidência? Duvido!
---
Do meu celular.
---
Do meu celular.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Enquanto isso...
O estudo de flauta começou interessante, fundamentado pelo método "Essential Elements 2000". Além disso, fiz uma assinatura anual do SmartMusic. Acho que estou tirando sons razoáveis, mas sinto que preciso de um suporte profissional. Tenho receio de adquirir vícios de postura, de embocadura, de digitação... Também estou com dificuldades nas passagens. É como se a flauta fosse cair, por exemplo, quando preciso chegar ao Dó4. Interessante que não tenho nenhum problema com a primeira oitava. Tudo complica na segunda...
ATUALIZAÇÃO (6/12/2010, 15h54): Contratei aulas particulares! Vou começar já, no fim de semana!
ATUALIZAÇÃO (6/12/2010, 15h54): Contratei aulas particulares! Vou começar já, no fim de semana!
Historinha sobre a soberba
Foi ontem, quando, desacelerando o passo, eu chegava à fila para o embarque. A mulher, em acinte, tentou enfiar-se à minha frente. Como não sou muito pacífico sobre o furto dos meus direitos, neguei-lhe passagem. Sacou o telefone. Em essência, foi assim, num tom suficiente para a audiência toda tomar conhecimento:
-- Mãe? Kisses! Viajando. Estou possessa! Vou processar uma empresa daqui, é só eu chegar ao meu gabinete no tribunal. Avise ao seu Antônio para ir me pegar com a Pajero, porque outro carro não caberá minha bagagem. Está tudo pronto para a viagem a Paris, na semana que vem? Ótimo! Preciso só deixar tudo pronto no tribunal.
Ora, então a mulher é uma desembargadora, no mínimo. Uma funcionária pública, assim como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), que, à distância, conversava sorridente com alguém ao seu lado, num banco. Mais adiante, um político de Brasília, concentrado, brincava com o telefone celular, alheio à balbúrdia de Cumbica.
Chego, então, ao que entendo, tal como o Aurélio, sobre a soberba:
Os políticos, em geral, rastreiam o ambiente com ares de naturalidade, tendando mostrar aos outros que é alguém como eles. É coisa atual, quando os tempos não lhes são favoráveis, por causa de tantas vergonhas expostas na mídia. Com essa atitude, "dizem" ao eleitor: "Vê? Eu sou como você! Goste de mim"!
O burocrata de carreira, aquele que, sem mandato, faz parte da estrutura do Estado, mas dela participa com status elevado, tecnicamente, não precisa dar satisfação a ninguém, exceto pelo que determina a lei 8.112 de 1990, mais alguns estatutos regulatórios, conforme a situação. Os magistrados são desses que ocupam um dos "topos": desembargadores, juízes, ministros de tribunais etc. São, também, peças de uma estrutura pública carcomida pela eterna impressão de que os ocupantes de cargos públicos -- que do público dependem para seu sustento -- fazem "favores" ao povo. Numa comparação simples, são os burocratas de hoje os "nobres" das histórias que ouvimos sobre a hierarquia medieval.
Tanto os políticos, que recebem do povo a autoridade efêmera para representá-los, quanto os servidores públicos, concursados ou não, ambos com seus méritos e, em muitos casos, deméritos, existem para a finalidade estrita de propor, executar e defender mecanismos para a garantia e a manutenção do bem estar público. Atitudes como a da barnabé, de ontem, fazem-me pensar, com angústia, sobre o porquê de algumas pessoas entenderem isso -- eu, por exemplo, também estou a serviço do povo -- e outras, não. A discussão é sobre austeridade, discrição e devoção para a missão. Coisa que me faz lembrar o filme "A Vida é Bela", na emblemática passagem em que Guido tenta conseguir autorização para abrir uma livraria e é tratado como um animal pelo barnabezinho de plantão.
Enquanto isso, o senador, abordado por um solícito funcionário da Tam, levantou-se do conforto do seu banco e, tranquila, pacífica e indiferentemente avançou sobre a fila formada, para seu embarque privilegiado.
-- Mãe? Kisses! Viajando. Estou possessa! Vou processar uma empresa daqui, é só eu chegar ao meu gabinete no tribunal. Avise ao seu Antônio para ir me pegar com a Pajero, porque outro carro não caberá minha bagagem. Está tudo pronto para a viagem a Paris, na semana que vem? Ótimo! Preciso só deixar tudo pronto no tribunal.
Ora, então a mulher é uma desembargadora, no mínimo. Uma funcionária pública, assim como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), que, à distância, conversava sorridente com alguém ao seu lado, num banco. Mais adiante, um político de Brasília, concentrado, brincava com o telefone celular, alheio à balbúrdia de Cumbica.
Chego, então, ao que entendo, tal como o Aurélio, sobre a soberba:
soberba(ê). [F. subst. do adj. soberbo.]Existe uma diferença fundamental entre a consciência que um burocrata técnico tem sobre si mesmo e a de outro burocrata, o político moderno.
Substantivo feminino.
1.Elevação ou altura de uma coisa em relação a outra.
2.Orgulho excessivo; altivez, arrogância, presunção, sobrançaria, sobranceria.
Os políticos, em geral, rastreiam o ambiente com ares de naturalidade, tendando mostrar aos outros que é alguém como eles. É coisa atual, quando os tempos não lhes são favoráveis, por causa de tantas vergonhas expostas na mídia. Com essa atitude, "dizem" ao eleitor: "Vê? Eu sou como você! Goste de mim"!
O burocrata de carreira, aquele que, sem mandato, faz parte da estrutura do Estado, mas dela participa com status elevado, tecnicamente, não precisa dar satisfação a ninguém, exceto pelo que determina a lei 8.112 de 1990, mais alguns estatutos regulatórios, conforme a situação. Os magistrados são desses que ocupam um dos "topos": desembargadores, juízes, ministros de tribunais etc. São, também, peças de uma estrutura pública carcomida pela eterna impressão de que os ocupantes de cargos públicos -- que do público dependem para seu sustento -- fazem "favores" ao povo. Numa comparação simples, são os burocratas de hoje os "nobres" das histórias que ouvimos sobre a hierarquia medieval.
Tanto os políticos, que recebem do povo a autoridade efêmera para representá-los, quanto os servidores públicos, concursados ou não, ambos com seus méritos e, em muitos casos, deméritos, existem para a finalidade estrita de propor, executar e defender mecanismos para a garantia e a manutenção do bem estar público. Atitudes como a da barnabé, de ontem, fazem-me pensar, com angústia, sobre o porquê de algumas pessoas entenderem isso -- eu, por exemplo, também estou a serviço do povo -- e outras, não. A discussão é sobre austeridade, discrição e devoção para a missão. Coisa que me faz lembrar o filme "A Vida é Bela", na emblemática passagem em que Guido tenta conseguir autorização para abrir uma livraria e é tratado como um animal pelo barnabezinho de plantão.
Enquanto isso, o senador, abordado por um solícito funcionário da Tam, levantou-se do conforto do seu banco e, tranquila, pacífica e indiferentemente avançou sobre a fila formada, para seu embarque privilegiado.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Denise Stoklos, em Mary Stuart
O desavisado juraria que se trata de humor e Denise ajuda muito a compor essa impressão. Duvido, porém, que o mais retardado dos espectadores chegue ao fim da audiência para comparar a encenação com o gênero. Não há similaridades, simplesmente! As personagens, caricatas, todas interpretadas por Stoklos, brotam de uma ânsia provocativa, de denúncias! Mary Stuart é a representação do anseio de liberdade, que, embora sustentada pela decadência do poder de então, invoca a dignidade que tem por direito. Por sentimento aristocrático, é verdade, mas, ainda assim, revestido das virtudes de não abdicar da própria honra.
--
Lá no meio da peça, Denise viu um led piscar:
-- Foto, não! Não te conheço... Mas sei de alguém que não respeita os avisos!
Gelei! Estive com as mãos ardendo para clicar a exibição FANTÁSTICA! Graças a Deus, a vergonha do afoito me salvou!
Detalhe: desde a entrada do espaço até o porão, onde estivemos, havia nenhum aviso proibindo fotos, apenas dispositivos sonoros.
---
Do meu celular.
--
Lá no meio da peça, Denise viu um led piscar:
-- Foto, não! Não te conheço... Mas sei de alguém que não respeita os avisos!
Gelei! Estive com as mãos ardendo para clicar a exibição FANTÁSTICA! Graças a Deus, a vergonha do afoito me salvou!
Detalhe: desde a entrada do espaço até o porão, onde estivemos, havia nenhum aviso proibindo fotos, apenas dispositivos sonoros.
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Do meu celular.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Haicai
Na entrada do Masp havia um carinha, Ivan Petrovitch (o Petrô), vendendo um folhetim com seus haicais. Apesar de não ter levado muito a sério e de ele ter abusado descaradamente do "feeling" sobre o quanto eu pagaria, trouxe a coisa. um dos escritos do Petrô:
do alto do edifício
dois urubus observam
e perdem o apetite
Outro?
pinheiros esperam
no silêncio do silêncio
o fim do inverno
do alto do edifício
dois urubus observam
e perdem o apetite
Outro?
pinheiros esperam
no silêncio do silêncio
o fim do inverno
Eu preferia outra coisa...,
... nos moldes de uma opção descartada, mas aqui é simplezinho, bonzinho, suficiente.
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Do meu celular.
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Do meu celular.
Nos eixos
Depois de dormir mais do que faço em casa (um azar dos diabos!), acelerei e fiz quase tudo o que pretendia. Preciso documentar que a visita ao Masp foi ótima, apesar da ponta de insegurança por ser obrigado a deixar no guarda-volumes coisas que não se deixa "por aí", dando sopa. Infelizmente, como já sabia pela Pat, tirar fotos, lá dentro, é impensável.
Para completar o dia, faltou ir ao Centro Cultural. Estava tão ansioso em tirar os primeiros sons do novo brinquedo que adiei a empreitada para amanhã. Foi bom! Aprendi muita coisa, hoje!
Na ansiedade, não almocei. Um jantar, agora, é providencial. Acho que vou terminar o dia no Bar Brahma.
Para completar o dia, faltou ir ao Centro Cultural. Estava tão ansioso em tirar os primeiros sons do novo brinquedo que adiei a empreitada para amanhã. Foi bom! Aprendi muita coisa, hoje!
Na ansiedade, não almocei. Um jantar, agora, é providencial. Acho que vou terminar o dia no Bar Brahma.
Brilha de doer os olhos!
Yamaha YFL-411. Fiz um unboxing em vídeo, mas não tenho como "subi-lo" só com o celular e o iPad. Ou tenho?
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Do meu celular.
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Do meu celular.
De onde vem meu mais novo bebê!
Procurem o Michael! Curitibano gente boa!
Registrando: Rua Teodoro Sampaio, 719 a Pinheiros
11 3898-2900
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Do meu celular.
Registrando: Rua Teodoro Sampaio, 719 a Pinheiros
11 3898-2900
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Do meu celular.
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