terça-feira, 30 de novembro de 2010
...
Trabalho amanhã, depois caio na estrada. Reservarei o nada para o blog no dia sabático, exceto as "rápidas". Uma foto oportunista, mais outra, talvez. Já venho minguando, então não faz diferença. Talvez uma última batalha, a título de desespero, sem vislumbrar otimismo. Se faz diferença, da República para a João, para-se no 770. 33310377 leva o visitante para bem perto, mas o complemento é desconhecido na antecedência: preciso chegar lá. Ao abrir a janela eu costumo ver uma esquina e isso me agrada. Pararei pouco: chamo a empreitada de "safari cultural", uma alimentação vitaminada para a alma deste frágil. Se parto raquítico, ninguém me reconhecerá na volta! Poucos entendem como uma fugida em 365 graus é capaz de revitalizar um espírito, senão o meu, tão esfomeado!
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Um pelo outro, nós contra todos
Não quero nos enganar.
Não a quero sofrida ou tensa.
Não há mal em ser como somos,
se nada somos!
Nada os dois, por nós dois!
Eu me guio pela razão
que nem sempre faz sentido,
nunca pelas opiniões ou
pelas visões
que temos de nós mesmos,
As que têm os outros,
nossos advogados dos diabos.
Para os diabos, todos!
O sim e o não, só nossos, são mais importantes
que todas as sentenças que,
juntas,
podem mover-me ou demover-me.
Eis-me aqui!
Não a quero sofrida ou tensa.
Não há mal em ser como somos,
se nada somos!
Nada os dois, por nós dois!
Eu me guio pela razão
que nem sempre faz sentido,
nunca pelas opiniões ou
pelas visões
que temos de nós mesmos,
As que têm os outros,
nossos advogados dos diabos.
Para os diabos, todos!
O sim e o não, só nossos, são mais importantes
que todas as sentenças que,
juntas,
podem mover-me ou demover-me.
Eis-me aqui!
domingo, 28 de novembro de 2010
Um dia e tal
Seu João colheu acerolas, hoje! Aceloras e mangas. Vitamina C, que bom! Vou precisar (ou já preciso? Atchim!) O dia esteve chuvoso, aqui, mas fugi do clima indo parar mais longe, em lugar acolhedor, mesmo sem chuva. Não foi proposital: só quis variar, fugir da rotina da tranquilidade desenfreada! É desejável que as rotinas sejam tão queridas quanto mal amadas, senão, serão apenas... rotinas.
Para não perder o domingo...
... completamente
ATUALIZAÇÃO (28/11/2010, 20h5): esse lugar parece um outro que já mostrei aqui: não é o lago Corumbá, de Caldas, mas o Paranoá, que fica em Brasília. Concidências: objetos, ângulos e o que mais for!
---
Do meu celular.
ATUALIZAÇÃO (28/11/2010, 20h5): esse lugar parece um outro que já mostrei aqui: não é o lago Corumbá, de Caldas, mas o Paranoá, que fica em Brasília. Concidências: objetos, ângulos e o que mais for!
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Do meu celular.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O que eu quero da vida (*)
(*) revisitação. Original de 9/9/2008
Um canto impede o meu passo, então recuo. Atrás de mim, a marcha me atropela, levando-me para um pouco mais longe. Não muito, mas o suficiente, enquanto perco de vista o objetivo. De vista, não, de audição. Ali, sôfrego pela beleza de vozes e tocares, e a turba luta para manter-se no rumo. Eu perdi o meu. Ou achei?
Um canto impede o meu passo, então recuo. Atrás de mim, a marcha me atropela, levando-me para um pouco mais longe. Não muito, mas o suficiente, enquanto perco de vista o objetivo. De vista, não, de audição. Ali, sôfrego pela beleza de vozes e tocares, e a turba luta para manter-se no rumo. Eu perdi o meu. Ou achei?
Diálogo esquizofrênico
Os cabelos desalinhados. É o vento. Não, sou eu mesmo! Usei pente? Não sei. E os dentes, pelo menos os escovei? A pasta acabou faz dias! Um momento, a caixa está vazia para o banho que não tomei ontem. A geladeira tem cheiro de mofo. Pudera, cortaram a luz! Acendi a última vela, aquela da réstia fraquinha, na noite de ontem. Está no toco! Apague a chama, veja o sol, guarde o que sobra para hoje à noite! Não, vou experimentar a escuridão. Ela combina! Com quê? Com quem!
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Mais um pacote de sugestões
Da minha linda e querida colega, conhecedora de São Paulo como eu sou de... De...:
"Recapitulando então: - acho que programação para o findi que vc vai tem...Mas é só para o oooutro fim de semana...
Conjunto Nacional (cine Bombril alternativo e uma livraria CULTURA enoooooooorme, a maior que eu já vi)- Fica bem na esquina da Paulista com a Augusta
Cine SESC da Rua Augusta (checar programação antes, mas muito bom e tem um capuccino delicioso)
O teatro RUTH ESCOBAR tem peças alternativas ótimas tenho que te passar o endereço. Sabe aquelas peças bem intimistas, que só 10 pessoas no máximo cabem na sala e assistem? lá mesmo.
Galeria do Rock (fiquei de passar o endereço também, né?)
Feirinha de antiguidades embaixo da marquise do MASP e exposição "lugares estranhos e quietos" do MASP
Rua Teodoro Sampaio - mil instrumentos musicais - fantástico, ante a pé todinha.
Mercado Municipal - lá tem um pastel de bacalhau, bolinho de bacalhau e sanduíche de mortadela IMPERDÍVEIS todos!!! Frutas deliciosas e diferentes (exóticas). Mil coisas para aguçar o paladar e os olhos, claros. Fiz fotos lindas lá, principalmente das frutas!!!
Depois eu vou passando mais coisinhas...
Enjoy it! bjo"
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O trabalho
Meus dias são desesperadoramente burocráticos. Literalmente! Do Aurélio:
As demandas não têm novidades. As pessoas são invariavelmente previsíveis, fúteis, materialistas. Até as comadres assimilam esses jeitos. Todos nos olham de cima a baixo, aprovando ou reprovando conceitos que parecem mais importantes que o próprio trabalho. As "castas" existem e são inequivocamente conscientes de si mesmas.
Esse contexto, que não tenho pudor algum de tripudiar, transformou-me no "estranho" do grupo. Não é novidade: sou estranho, aqui, há quase 23 anos! Acho que ninguém mais se surpreende comigo, a não ser quando me obrigam a dizer o que eu não quero. Nesses momentos, mostro, com remorso algum, o quanto desprezo as frivolidades alheias. Para angústia maior, não é só de vez em quando que passo por isso.
burocraciaOnde "boto" minha sensibilidade, aqui? No sarcasmo e olhe lá!
[Do fr. bureaucratie.]
Substantivo feminino.
1.Administração da coisa pública por funcionário (de ministério, secretarias, repartições, etc.) sujeito a hierarquia e regulamento rígidos, e a uma rotina inflexível:
As demandas não têm novidades. As pessoas são invariavelmente previsíveis, fúteis, materialistas. Até as comadres assimilam esses jeitos. Todos nos olham de cima a baixo, aprovando ou reprovando conceitos que parecem mais importantes que o próprio trabalho. As "castas" existem e são inequivocamente conscientes de si mesmas.
Esse contexto, que não tenho pudor algum de tripudiar, transformou-me no "estranho" do grupo. Não é novidade: sou estranho, aqui, há quase 23 anos! Acho que ninguém mais se surpreende comigo, a não ser quando me obrigam a dizer o que eu não quero. Nesses momentos, mostro, com remorso algum, o quanto desprezo as frivolidades alheias. Para angústia maior, não é só de vez em quando que passo por isso.
domingo, 21 de novembro de 2010
Produção do meu pomarzinho!
Aqui dá: manga, limão, laranja, tangerina, jabuticaba, abacate, coco da Bahia, acerola, romã, cajá-manga e goiaba! Algumas demais, outras de menos!
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Do meu celular.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Super Homem frustrado!
Nem ando assim tão certo, por que me permito travar batalhas com quem
não conheço? As pessoas podem ser tão cruéis e eu, ali, achando que
posso tudo... Para que tanta teimosia, se a disputa por espaços é
maior que a possibilidade da vitória de todos os concorrentes? A
menos, claro, que eu estivesse convicto, coisa que anda rara, hoje em
dia!
não conheço? As pessoas podem ser tão cruéis e eu, ali, achando que
posso tudo... Para que tanta teimosia, se a disputa por espaços é
maior que a possibilidade da vitória de todos os concorrentes? A
menos, claro, que eu estivesse convicto, coisa que anda rara, hoje em
dia!
A crase, ...
... a crise. Da língua portuguesa, claro, se mesmo aqui, onde ela precisa ser defendida, os "home" não sabem usá-la.
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Do meu celular.
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Do meu celular.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Epílogo de um dia que poderia ter sido o último
(ou "muitas palavras para muito nada!")
Há muito o que dizer, não quero dormir!
Há muito o que dizer, não quero dormir!
Sentimentos? Acometam-me, não quero dormir!
As razões, eu as ponho de lado:
-- Para a cama, já!
Brasileiros
Um brasileiro trabalhador,
aventureiro,
um homem de fibra, com respeito!
Não estudou. Orgulha-se!
Tem razão, se as escolhas são tão difíceis!
Um brasileiro, outro, trabalhador.
Aventureiro, sim, senhor,
mas diferente: a lida é ter, somente,
com a sorte a calhar, se calhar.
Sorte no engodo,
no jeitinho,
na bonança preguiçosa
do azar alheio.
Duas gentes tão diferentes!
Um brasileiro a respeitar
e o outro.
"Adeuses"
Nem um gesto, nada, apenas passou por mim. Ouvi os passos, as portas abrindo, as portas fechando. Percebi o fluxo do vento e o sabor adocicado do 212. O entendimento já me incomodava antes, quando os atos pareciam bem próximos. Sabê-los melhor que isso nem seria preciso. Vejo bem o que será, sempre, na minha maldição particular de observar, com antecedência, o dia da própria morte.
Desejei pará-la, ato contínuo. Bobagem! Quem há de ir, irá. Quem virá, se há de vir, virá. Meus poderes são limitados a apenas observar, melancolicamente, os silêncios, as portas e a profusão de perfumes, que duram, só, o lapso entre as indas e as vindas.
Desejei pará-la, ato contínuo. Bobagem! Quem há de ir, irá. Quem virá, se há de vir, virá. Meus poderes são limitados a apenas observar, melancolicamente, os silêncios, as portas e a profusão de perfumes, que duram, só, o lapso entre as indas e as vindas.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Museu de Arte de São Paulo
Uma colega muito querida esteve no Masp, esse fim de semana. Escreveu-me assim:
O texto de Tim Wenders, autor das fotografias da exposição:
"Estive neste último findi em Sampa e fui a uma exposição no MASP, que adorei e acho que tem tudo a ver com algumas fotos suas que eu já vi...Amei a lembrança e adorei, também, a programação, que já incluí no meu próximo roteiro, em Sampa.
Na entrada da exposição tinha um texto muuuuuuuuuuuuito legal, que eu transcrevo para você. Como eu não pude fotografar o texto, tive que copiar em pé, em um guardanapo de papel. Eu curti e gostaria de compartilhar com vc... Boa leitura".
O texto de Tim Wenders, autor das fotografias da exposição:
Quando se viaja muito, e quando você ama simplesmente passear e se perder, pode acabar nos lugares mais estranhos.
Tenho uma atração enorme por lugares. É quase como um vício. Outras pessoas são viciadas em drogas ou futebol (eu também...), ou dinheiro ou carros ou sucesso ou qualquer coisa.
Eu gosto de lugares. Fico tão ligado a eles que sinto saudade de uma dúzia de lugares ao mesmo tempo como se fossem a minha casa. O que será que os lugares têm?
Em primeiro lugar, fico muito curioso com eles. É só olhar para um mapa que fico animado com nomes de montanhas, vilarejos, rios, lagos ou formações de terra, desde que eu não os conheça e nunca tenha visitado o lugar. Leio os nomes e imediatamente quero ver estes lugares.
É a mesma coisa com cidades! Os nomes de bairros, praças, ruas ou prédios evocam um desejo ardente de vê-los.
Claro que nem sempre gosto do que descubro. Mas muitas vezes gosto. Será que é sorte? Aprendi através de uma longa experiência de procurar por lugares que se tem a tendência de encontrar exatamente aquilo que você quer encontrar.
Outras pessoas encontram coisas fascinantes também, claro, mas me parece que elas tem resultados diferentes dos meus. Elas têm uma mentalidade diferente, pra começar, e estão procurando por outros encontros. Pessoalmente, pareço ter aprimorado minha noção de lugar para coisas que estão “fora de lugar”. Todo o mundo vira a esquerda, porque “ali é interessante”, eu “viro à direita”, onde não tem nada e com certeza estou de frente com o “meu tipo de lugar”. Não sei, devo ter algum radar dentro de mim que geralmente me guia a lugares que são estranhamente quietos ou quietamente estranhos.
Fico ali sem acreditar bem no que vejo... Essa é a minha sensação predileta.
Talvez você comece a entender de onde vem meu apetite insaciável por lugares que não conheço: Vem do fato de que lá fora no mundo existem os lugares e pontos e espaços mais impressionantes que você nunca poderia imaginar nos seus sonhos, em cores e formas desconhecidas, com detalhes mais loucos, em constelações impossíveis.
Por isso é que eu não dou a mínima para nenhuma dessas imagens computadorizadas, pois em todas elas, hoje em dia, o mundo é representado artificialmente, juntado, manipulado, inventado ou composto para criar uma “nova realidade”. O que tem de tão bom nisso?!
A realidade que encontro lá fora, de vez em quando, esses lugares estranhos e quietos são muito mais atraentes na minha opinião, e muito mais emocionais, pela simples razão de que existem. Na maioria do tempo humildemente, às vezes com orgulho, geralmente esquecidos e poucas vezes famosos.
Não existe algo mais lindo debaixo do céu de Deus do que a incrível, alucinatória infinita variedade de lugares que realmente existem.
Take care!
Escrevo com o coração partido pelas mesmas bobagens de sempre. Aquelas de que não quero falar, mas que inundam a mente, tomando o espaço das intenções, das obrigações e do idealismo. Minhas bobagens não têm um mote único, nem mesmo algum direcionamento. Tudo é um breu que pode ter muitos nomes, motivos e [falta de] razões.
Comecei o dia como sempre, pondo os olhos no amanhecer, no horizonte. Antes, vislumbrei peças que gentes juntam num "leiaute" bacana e que resultam em coisa bonita, a despeito das intenções duvidosas.
A sensibilidade está à flor da pele, então acho que não seria difícil fazer uma de muitas coisas, bem peculiares nos meus "ataques": calar-me, o mais difícil. Atacar a todos, como fera, jeito costumeiro. Desabar num choro convulsivo -- escondido! Parece impossível, mas é comum.
Hoje, não estou para conversas, mas talvez escreva mais.
Início de dia com exposição nova
África? (Falta-lhe o nome)
ATUALIZAÇÃO (18/11/2010, 14h2): África nada! Todas as fotos dessa exposição foram tomadas no Pelourinho, com personagens reais de lá!
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Do meu celular.
ATUALIZAÇÃO (18/11/2010, 14h2): África nada! Todas as fotos dessa exposição foram tomadas no Pelourinho, com personagens reais de lá!
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Do meu celular.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Filosofando em pensamento, ...
... "poetando" subliminarmente. O que me distrai, quando as depressões são paralisantes, tem inteligência restrita, mas é dócil. Estou completamente à vontade!
sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Podem acreditar:
... é mais fácil tomar um desses fora do Brasil do que nas melhores esquinas brasileiras!
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Do meu celular.
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Do meu celular.
O presente, antes do passado
"Há algo ocorrendo no centro da galáxia, e os astrônomos não sabem ainda dizer o que é".
(Folha Online)
Vejam a Ciência, senhores! Está perdida, mais uma vez! Não é novidade: estamos perdidos, sempre! Não sabemos explicar o que são as bolhas de energia, no centro da Via Láctea. Serão coisas boas ou o prenúncio do fim? Sempre estiveram lá ou só agora a miopia humana foi corrigida? Se pouco entendemos do mundo físico -- do NOSSO mundo visível, palpável --, por que negamos as bolhas imateriais que, no centro do nosso âmago, teimam em existir, a despeito das contrariedades? Para que tanto medo do desconhecido, se pouco ou nada podemos fazer para mudar o curso das suas existências, a menos que exercitemos a proatividade?
Eu proponho que enfrentemos os desafios, primeiro deixando de ocultar nossos mitos para, então, encará-los! Não é possível negar o que é fato, nem deixar para trás o que ainda corre à nossa frente.
(Folha Online)
Vejam a Ciência, senhores! Está perdida, mais uma vez! Não é novidade: estamos perdidos, sempre! Não sabemos explicar o que são as bolhas de energia, no centro da Via Láctea. Serão coisas boas ou o prenúncio do fim? Sempre estiveram lá ou só agora a miopia humana foi corrigida? Se pouco entendemos do mundo físico -- do NOSSO mundo visível, palpável --, por que negamos as bolhas imateriais que, no centro do nosso âmago, teimam em existir, a despeito das contrariedades? Para que tanto medo do desconhecido, se pouco ou nada podemos fazer para mudar o curso das suas existências, a menos que exercitemos a proatividade?
Eu proponho que enfrentemos os desafios, primeiro deixando de ocultar nossos mitos para, então, encará-los! Não é possível negar o que é fato, nem deixar para trás o que ainda corre à nossa frente.
Jardim da Fantasia (*)
(*) digressão
Ah, minha amada, bem a vejo, não volte para lá! Beije-me outra vez, não apenas uma, tantas quantas nos saciemos! Serão muitas, se assim nos queremos, então não se vá! Bem a vejo, pois dê-me do seu mel, o que escorre da sua boca! Molhe meus lábios com suas flores! Não, não volte para lá!
Ah, minha amada, bem a vejo, não volte para lá! Beije-me outra vez, não apenas uma, tantas quantas nos saciemos! Serão muitas, se assim nos queremos, então não se vá! Bem a vejo, pois dê-me do seu mel, o que escorre da sua boca! Molhe meus lábios com suas flores! Não, não volte para lá!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Qual deveria ser a maior felicidade de um misantropo?
Eu não sei! Talvez a mesma que a sua! Alguém imagina que eu responderia:
-- Que uma bomba desintegrasse todos os seres da terra!
??
Entenda de uma vez: eu odeio o que você não faz por você mesmo, não o que você faz ou não faz por mim! Traduzo: pouco me importa o que se pensa sobre o que eu penso! Incomoda-me, sim, que alguém seja um imbecil sem perceber isso!
-- Que uma bomba desintegrasse todos os seres da terra!
??
Entenda de uma vez: eu odeio o que você não faz por você mesmo, não o que você faz ou não faz por mim! Traduzo: pouco me importa o que se pensa sobre o que eu penso! Incomoda-me, sim, que alguém seja um imbecil sem perceber isso!
Sabedoria
Esses bebês de olhos tão grandes, curiosos!
De onde tiram tanto interesse, me digam,
que a simples explicação não satisfaz?
Que palavras podem persuadir melhor que a verdade
(coro de vergonha ao perguntá-lo)
mesmo que as certezas sejam coisas de adultos enganados?
-- Disse-me tudo, tio!
Envermelheço mais uma vez:
mais que saber nada, talvez fosse eu um avô
(tolo!)
bem mais que um tio!
De onde tiram tanto interesse, me digam,
que a simples explicação não satisfaz?
Que palavras podem persuadir melhor que a verdade
(coro de vergonha ao perguntá-lo)
mesmo que as certezas sejam coisas de adultos enganados?
-- Disse-me tudo, tio!
Envermelheço mais uma vez:
mais que saber nada, talvez fosse eu um avô
(tolo!)
bem mais que um tio!
Eu, cego e surdo
Meus olhos, esses olhos,
esses globos que me cegam
de tanta luz de que não preciso;
meus ouvidos,
porta para a loucura de que ressinto,
o que me faz sentir que estou aqui,
tudo isso, ah!, meus sentidos,
não me torturem, mais!
Levem-me para longe, é o que desejo,
porque no perto, essa luz e o zumbido,
se não me libertam, fazem de mim
o louco que esperneia as suas existências.
esses globos que me cegam
de tanta luz de que não preciso;
meus ouvidos,
porta para a loucura de que ressinto,
o que me faz sentir que estou aqui,
tudo isso, ah!, meus sentidos,
não me torturem, mais!
Levem-me para longe, é o que desejo,
porque no perto, essa luz e o zumbido,
se não me libertam, fazem de mim
o louco que esperneia as suas existências.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Em dias como esse...
Quando alguém se submete ao ridículo de encostar-se na parede e, com o cotovelo sobre a mesa, escorar o rosto evidentemente adormecido, é hora de:
( ) molhar a cara e voltar para o trabalho
( ) chutar o trabalho e continuar dormindo
( ) pedir uma licença médica para dormir em casa
( ) molhar a cara e voltar para o trabalho
( ) chutar o trabalho e continuar dormindo
( ) pedir uma licença médica para dormir em casa
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Aliás...
... as madrugadas estão pregando peças em mim. Preciso tomar cuidado com a coragem que me acode quando a razão vai dormir antes do corpo.
Domingo
Domingo: acordar tarde e permitir-me ficar na cama por tempo demais. Pular o café, ir direto para a lasanha. Rever as bobagens arquitetadas na madrugada, embriagado pelo sono. Mesmo que, no fundo, nem tudo seja tão errado, assim. Como o tempo permite, arrepender-me de ser quem sou para, logo em seguida, concordar que minhas maldades são menores do que poderiam ser. Preparar o dia de trabalho: psicologicamente, para ter forças. Sobreviver.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Misantropia é doença?
Parei em um site em que se pergunta se alguém "tem" misantropia. Por quê, isso é uma doença? Bem, eu não "tenho" misantropia! Se tivesse, ficaria feliz: patologias são curadas com remedinhos e prevenidas com vacinas. Quem disse que um misantropo "tem" misantropia? Isso é ridículo! É a mesma coisa que dizer que alguém foi subitamente infectado por tristeza e, por causa disso, sofre de melancolia!
A misantropia é uma opção de vida, baseada em inconformidades! É, portanto, assunto para ciências sociais e psicológicas, em que se questionam as motivações interacionais e as implicações mentais e sociológicas das interações.
Ninguém, portanto, é acometido de misantropia! No máximo, pode-se encontrar uma pessoa num estado misantrópico, mas o aspecto constante desse estado tem nome: a aversão àquilo que se define como padrão, na medida que as regras clássicas da socialização implicam, na maioria das vezes, em abrir mão do ódio contra a hipocrisia. Pois se você o faz, "companheiro", eu o rejeito de antemão! Regogize-se com a hipocrisia e eu o rotularei imbecil, ainda que admita que todos somos hipócritas! Nossa missão é, pois, lutar contra as práticas que nivelam o homem, ao invés de atribuir-lhe especialidades!
Sejamos céticos contra as modas: sob seu jogo, o melhor de nós é subestimado em nome da tirania de expectativas fúteis, mesquinhas, efêmeras!
A misantropia é uma opção de vida, baseada em inconformidades! É, portanto, assunto para ciências sociais e psicológicas, em que se questionam as motivações interacionais e as implicações mentais e sociológicas das interações.
Ninguém, portanto, é acometido de misantropia! No máximo, pode-se encontrar uma pessoa num estado misantrópico, mas o aspecto constante desse estado tem nome: a aversão àquilo que se define como padrão, na medida que as regras clássicas da socialização implicam, na maioria das vezes, em abrir mão do ódio contra a hipocrisia. Pois se você o faz, "companheiro", eu o rejeito de antemão! Regogize-se com a hipocrisia e eu o rotularei imbecil, ainda que admita que todos somos hipócritas! Nossa missão é, pois, lutar contra as práticas que nivelam o homem, ao invés de atribuir-lhe especialidades!
Sejamos céticos contra as modas: sob seu jogo, o melhor de nós é subestimado em nome da tirania de expectativas fúteis, mesquinhas, efêmeras!
As práticas
Dediquei-me, nos últimos dias, a consolidar alguns paradigmas novos. Há coisas que foram agregadas para sempre, enquanto uma e outra deixaram de existir. Por exemplo, minha memória histórica já não é importante materialmente: sou uma lembrança virtualizada! Por outro lado, enquanto não abro mão da tecnologia como suporte para a manutenção da minha rotina, ainda não sou capaz de olhar para o horizonte como se visse o reflexo de imagens criadas por robôs, capazes de substituir o por do sol alaranjado por qualquer combinação psicodélica de cores. Ainda preciso de sensações analógicas para sentir-me parte deste universo em que sou, apenas, um germe insignificante!
Projeto: ser o pior possível!
Amanhã eu deveria acordar cedo para participar de mais uma sessão de provas, na Católica. Não vou! Passei a odiar tudo aquilo, ali, pois me parece que as estruturas são montadas, apenas, para fazer de conta que existe um ambiente propício para a produção acadêmica. Desconheço como andam as motivações dos outras coordenações, mas se na de Filosofia os esquemas privilegiam o desinteresse, imagino como estão as outras!
Participarei das provas seguintes, de "recuperação". A partir de agora, meu "melhor possível" é enfrentar as expectativas alheias! Não suportarei nenhuma delas!
Participarei das provas seguintes, de "recuperação". A partir de agora, meu "melhor possível" é enfrentar as expectativas alheias! Não suportarei nenhuma delas!
Bola de Meia, Bola de Gude (*)
(*) Milton Nascimento, numa definição que perfeitamente poderia ter sido inspirada em mim
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Decadência (*)
(*) Escrito em 10/9/2008
Abri a porta medroso, arfando. Os resquícios da festa, espalhados no salão, dizem que ela foi bem frequentada. Restos de caviar, displicentemente esquecidos pelos comensais, e os salpicados de champanha que dão cor às cortinas, didáticos, instruem o intruso no reconhecimento das celebridades recém-saídas. O ar, esse mesmo em que agora me insiro, impregnado pelos aromas de perfumes caros e nomes difíceis, testemunhou a glória e a perdição do evento magistral. Como um rato a servir-se das sobras, regozijo meus instintos com a apreciação do espaço que é momentaneamente meu. Eu sou o rei da decadência, monarca do efêmero e sob meus pés jaz a lembrança dos nobres que vomitaram, como também o fazem os plebeus, os mesmos restos de palavras e versos diversos.
Abri a porta medroso, arfando. Os resquícios da festa, espalhados no salão, dizem que ela foi bem frequentada. Restos de caviar, displicentemente esquecidos pelos comensais, e os salpicados de champanha que dão cor às cortinas, didáticos, instruem o intruso no reconhecimento das celebridades recém-saídas. O ar, esse mesmo em que agora me insiro, impregnado pelos aromas de perfumes caros e nomes difíceis, testemunhou a glória e a perdição do evento magistral. Como um rato a servir-se das sobras, regozijo meus instintos com a apreciação do espaço que é momentaneamente meu. Eu sou o rei da decadência, monarca do efêmero e sob meus pés jaz a lembrança dos nobres que vomitaram, como também o fazem os plebeus, os mesmos restos de palavras e versos diversos.
Adolescente senil
Não sou nenhum especialista em coisas da memória, mas o assunto, vira e mexe, é pauta das minhas divagações. Eu substituiria, com gosto, alguns depósitos de lembranças antigas, que são muitas, pela memória de curto prazo. Primeiro, porque aquelas, em grande parte, já não são úteis, mas, principalmente, porque percebo, todos os dias, que não dou conta de saber tudo o que vivi nas vinte e quatro horas anteriores. Desisti da impressão de que a seletividade das escolhas sobre o que lembrar é muito grande, mas, talvez, eu não queira, inconscientemente, ter idéia do que se passou. É possível que nem sejam, mesmo, coisas da memória que me aflijam, mas as questões -- as grandes questões -- que surgem no momento em que se pula da adolescência para a decrepitude, enfim.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O peso do tempo
Lembro-me bem de quando fui introduzido no mundo dos mortos. Minha pouca idade justificou o assombramento e os pesadelos que me empurraram, depois, mais de uma vez, para a cama dos meus pais, de madrugada. O vizinho era muito magro e o caixão que o emoldurava tornava mais nítida a impressão de que o que havia, ali, era um boneco dentro de uma caixa. Não era! Era "gente morta", me diziam!
Apesar da sensibilidade afetada, isso não me prejudicou mais do que o anseio recorrente a cada vez que uma eventualidade -- fatalidades foram mais frequentes -- me obrigou a cultuar um "corpo presente".
Hoje, há mortos demais na minha conta. Muitos deles, lembranças queridas com quem sonho de vez em quando. Um pai. Vários irmãos. Vários colegas de trabalho. Muitos com quem tive contato, para mais ou para menos.
Eu não frequento o cemitério no dia dos mortos. Vou fazê-lo, inevitavelmente, quando chegar a minha vez.
Apesar da sensibilidade afetada, isso não me prejudicou mais do que o anseio recorrente a cada vez que uma eventualidade -- fatalidades foram mais frequentes -- me obrigou a cultuar um "corpo presente".
Hoje, há mortos demais na minha conta. Muitos deles, lembranças queridas com quem sonho de vez em quando. Um pai. Vários irmãos. Vários colegas de trabalho. Muitos com quem tive contato, para mais ou para menos.
Eu não frequento o cemitério no dia dos mortos. Vou fazê-lo, inevitavelmente, quando chegar a minha vez.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Catalepsia (*)
(*) Escrito em 10/9/2008
O mundo está lá e é sobre aquilo que escrevo diligentemente. Enquanto me escondo nessa dimensão oculta do espaço e do tempo, admito que é bom não pertencer ao outro lado.
Dia desses me peguei formulando hipóteses para o caso de ser obrigado a conviver com as gentes comuns, mas espantei o devaneio com um sopro. Infelizmente, uma idéia ficou matutando e, embora não quisesse dar-lhe ouvidos, descobri-me apavorado. Soltei, então, o ar dos pulmões e submergi.
O dia certo e a hora certa esperavam por mim, aflitos, com uma toalha nas mãos.
---
Nota: troque "submergi" por "emergi" e teremos entendimentos diametralmente válidos, um mais complexo que o outro.
O mundo está lá e é sobre aquilo que escrevo diligentemente. Enquanto me escondo nessa dimensão oculta do espaço e do tempo, admito que é bom não pertencer ao outro lado.
Dia desses me peguei formulando hipóteses para o caso de ser obrigado a conviver com as gentes comuns, mas espantei o devaneio com um sopro. Infelizmente, uma idéia ficou matutando e, embora não quisesse dar-lhe ouvidos, descobri-me apavorado. Soltei, então, o ar dos pulmões e submergi.
O dia certo e a hora certa esperavam por mim, aflitos, com uma toalha nas mãos.
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Nota: troque "submergi" por "emergi" e teremos entendimentos diametralmente válidos, um mais complexo que o outro.
Sobre previsibilidades
O que vai aqui, agora, talvez seja o único recado que eu já fiz constar. Não foram recados nenhuma das palavras que antecederam essas: desabafos! As que davam a impressão de ser o que não eram, eu as apaguei.
Existe um nome para a afinidade puramente mental entre duas pessoas, mas não ouso dizer sua definição. Infelizmente, eu estava enganado e a reciprocidade é impossível. Eis o fim que, de tão anunciado, enfim se concretiza: para nomear o que poderia ser, era preciso que a possibilidade fosse caminho de mão dupla. A direção simples da estrada, esta sim eu digo o que é: obsessão. Eu, contudo, para ela não tenho vocação e muito menos gosto.
Existe um nome para a afinidade puramente mental entre duas pessoas, mas não ouso dizer sua definição. Infelizmente, eu estava enganado e a reciprocidade é impossível. Eis o fim que, de tão anunciado, enfim se concretiza: para nomear o que poderia ser, era preciso que a possibilidade fosse caminho de mão dupla. A direção simples da estrada, esta sim eu digo o que é: obsessão. Eu, contudo, para ela não tenho vocação e muito menos gosto.
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